quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Tragédia!!!

Ontem, quando cheguei ao trabalho, o pessoal estava comentando sobre um acidente terrível que aconteceu com uma família daqui de Pitanga. Fomos todos para o rádio ouvir as noticias e soubemos que um casal, de uma família tradicional da cidade, e três crianças, que voltavam de Curitiba, haviam se acidentado. O menino mais novo, de 4 ou 5 anos, não havia resistido aos ferimentos e falecido no local. As outras duas crianças, um menino e uma menina, e os pais, haviam sido encaminhados ao hospital mais próximo.
Hoje de manhã, mais uma notícia terrível abalou a cidade. O outro menino, de 15 anos, que estava no hospital faleceu horas antes do enterro do irmão mais novo. Fui até a Capela onde estava sendo velada a primeira criança, embora não conheça pessoalmente seus pais, mas consternada pela tragédia e movida pela solidariedade que, felizmente, ainda une humanidade.
Tristeza! Comoção! Não havia quem não se consternasse ao ver aquela família naquele sofrimento tão grande e inexplicável. Fiquei imaginando: poderia ser com meus filhos! Que dor tamanha eu sentiria! E essa mãe! Tão jovem! É impossível tentar imaginar o que uma mãe ou pai sente diante de uma tragédia como essa.
Só consegui ver o rostinho daquele anjo por alguns segundos, pois quando cheguei, já estavam fechando o caixão e seguindo para o cemitério. Fiquei observando todas aquelas pessoas, rostos conhecidos, transtornados, olhos inchados, olhares desolados, soluços abafados, todos unidos por um único sentimento: tristeza e solidariedade com a tristeza ainda maior dos familiares.
Soube, naquele momento, que os pais ainda não sabiam sobre o falecimento do outro filho, e meu pesar se tornou ainda mais pesado. Imaginar que aquele pai, com ferimentos pelo corpo, sendo escoltado pela família ao cemitério onde enterraria seu caçula, não teria nem mesmo um momento de acalento ao coração e outra terrível notícia o abateria novamente. A morte do primogênito, que estaria a caminho para ser igualmente velado e enterrado.
Nessas horas nenhuma palavra parece ser suficientemente eficaz, nenhuma tentativa de consolo parece consolável. E todo mundo se sente tão pequeno, tão incapaz diante da realidade que não se explica, que não se entende, que não se aceita. E só nos resta aceitar, somos meros personagens nessa trama de tragédias e dramas que um ser superior e, certamente, que sabe o porquê de tudo, dirige, sem que possamos interferir, só nos resta ser atores e cumprir o papel que nos é destinado, cada um, acredito, com um propósito, com uma participação maior ou menor, mas não menos importante, porque, também acredito, aos olhos desse diretor supremo, somos todos iguais a cada um ele reserva seus desígnios.

Nenhum comentário:

Postar um comentário