terça-feira, 3 de maio de 2011

Morte x Comemoração




Na noite de domingo, o mundo que estava ainda sob o encanto do “casamento real”, foi surpreendido pelo entusiasmado discurso do Presidente dos Estados Unidos Barack Obama, que anunciou a "morte de Osama Bin Laden". Nossos olhos então deixam a Inglaterra e se voltaram aos Estados Unidos. Coincidência ou não, saímos do encantamento para o êxtase. O casamento que, muito provavelmente, seria o acontecimento do século, deu lugar à tão esperada e conclamada morte do inimigo número um dos Estados Unidos. O povo estadunidense, eufórico, saiu às ruas, tal qual uma vitória da Copa do Mundo no Brasil. A comemoração do brasileiro é por motivo fútil, banal, sem importância. Comemoramos a vitória no futebol, vibramos com o carnaval. Já os Estados Unidos, que sabe das coisas, comemora a morte, em detrimento de um psêudo-terrorismo, que, se existe, não superará jamais o terrorismo velado praticado por aquele país. O presidente Obama, que, diga-se de passagem, não estava com a popularidade lá muito alta, aproveitou a situação para melhorar sua imagem e a de seu governo, se é que não a tenha criado, pois várias correntes já afirmam ser essa mais uma invenção americana. Não entro no mérito da questão, mas a título de especulação mesmo, acho no mínimo estranho que isso tenha ocorrido nesse momento, em que o tão ovacionado líder, negro, frise-se, que representava a esperança tanto para os cidadãos americanos como para o mundo, vê o país numa crescente recessão. Alguma coisa tinha que acontecer para abalar as estruturas daquele país, sacudir a poeira e desviar a atenção do povo. E o ocorrido não poderia ser melhor e em melhor hora, pois matou dois coelhos com um a cajadada só. Tirou o brilho da Inglaterra, pois, diante de tal acontecimento o público esqueceu Willian e Kate, que puderam sair de cena, também no melhor momento, para eles, a lua de mel. E os Estados Unidos, como ainda maior potência mundial, entra em cena. O espetáculo não poderia ser mais apropriado às circunstâncias. Bom para a popularidade de Obama e bom para o orgulho americano. A providência divina ainda não deixou aquele país.