quarta-feira, 27 de abril de 2011

Resenha do Manifesto do Partido Comunista


Escrito por Karl Marx e Friedrich Engels entre dezembro de 1847 e janeiro de 1848, o livro foi publicado pela primeira vez em Londres em fevereiro de 1848.
O livro pode-se dizer, é uma reação dos comunistas à forma como tal partido era encarado à época.
Nesse sentido a introdução discorre sobre o medo que o comunismo causa nas classes dominantes de então, representados pela burguesia emergente, igreja e governantes, que acaba por unir todos os poderosos em uma aliança, satanizando o adversário que causa a desordem.
O texto é constituído em 4 partes, a saber:
Inicia-se com "Burgueses e Proletários", primeira parte, resumindo a história da humanidade desde tempos antigos até os dias de então, descrevendo as duas classes sociais que dominaram o cenário.
A contribuição deste capítulo é a descrição das enormes transformações que a burguesia industrial provocou no mundo, representando "na história um papel essencialmente revolucionário". Porém, critica severamente o modo de produção capitalista e estrutura social decorrente dela.
Ao analisar historicamente as várias formas de opressão social, mostra a burguesia como nova classe opressora, salientando seu aspecto monetário frio em detrimento das relações pessoais e sociais, tratando o operário como simples peça de trabalho, situação que, juntamente com os recursos de aceleração de produção, destrói todo atrativo para o trabalhador, contribuindo para sua miséria e “coisificação”.
Na parte II, intitulada "Proletários e Comunistas", inicia-se uma clara defesa em favor do partido comunista, que começa, á época, ser contestado em seus ideais. O manifesto passa a se defender das criticas que lhe são impostas, tais como “a abolição da propriedade privada, da supressão da liberdade do indivíduo, da perda da cultura, da liberdade, dos direitos, da abolição da família, substituindo a educação doméstica pela educação social”.
Lista, também, algumas medidas que poderiam ser postas em praticas em países mais avançados, tais como: “Expropriação da propriedade latifundiária e emprego da renda da terra em proveito do Estado, imposto fortemente progressivo, abolição do direito de herança, confisco da propriedade de todos os emigrados e sediciosos, centralização do crédito nas mãos do Estado por meio de um banco nacional com capital do Estado e com o monopólio, centralização de todos os meios de transporte, trabalho obrigatório para todos, organização de exércitos industriais, particularmente para a agricultura. Seria, assim, necessária essa força violenta inicial, para se chegar ao estado comunista, utilizando a “supremacia política para arrancar, pouco a pouco, todo capital à burguesia”. O proletariado convertendo-se em classe dominante, destruiria violentamente as relações de produção, e os antagonismos de classes, surgiria então uma sociedade onde o desenvolvimento de cada um seria o desenvolvimento de todos.
"Literatura Socialista e Comunista", a terceira parte, faz críticas às diferentes correntes socialistas da época: O "socialismo reacionário", que seria uma forma de a elite conquistar simpatia do povo, e, mesmo tendo analisado as grandes contradições da sociedade, olhava-as do ponto de vista burguês e procurava manter as relações de produção e troca; o "socialismo conservador", com seu caráter reformador e anti-revolucionário, e o "socialismo utópico”, que apesar de analisar criticamente a situação operária, não se apóia em luta política, tornando a sociedade comunista intangível.
Na quarta parte expõe as principais idéias do manifesto, dando ênfase a forma como o partido comunista se alia aos operários nos diferentes momentos políticos vividos pelos paises, salientando a questão da sociedade privada, chegando a ameaçar os conservadores ao desejar que "as classes dominantes tremam diante da idéia de uma revolução comunista", terminando com a célebre frase “PROLETÁRIOS DE TODOS OS PAÍSES, UNI-VOS!"

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