segunda-feira, 11 de abril de 2011

Não nos cabe entender!

SÓ SEI QUE NADA SEI

Só agora me sinto a vontade para tentar escrever um pouco sobre a tragédia do Realengo. Não que me sinta obrigada a isso, mas acho que não podemos ficar indiferentes. Mas esperei até agora na esperança de que, acompanhando as notícias, conhecendo os fatos, pudesse entender o que teria acontecido. Talvez, na ilusão de achar um porquê, uma explicação, por mais inexplicável que seja o caso. Logo eu que sou adepta do determinismo. Sou da opinião de que há uma cadeia causal totalmente capaz de explicar os fatos nas condições iniciais do universo ou do meio. Não consigo visualizar uma condição que pudesse ser usada na explicação dessa monstruosidade. Então acompanhei, consternada, plerpexa e revoltada, como todo o Brasil, acredito, todas as notícias, todas as reportágens, das quais pude. Mas nada conseguiu fazer com que eu formulesse uma sequência lógica, na tantativa de tentar entender ou explicar, para minha própria repulsa, essa mosntruosidade. Não gosto de fazer julgamentos, não acho que o ser humano tenha esse direito, e acima de tudo essa competência, por motivos óbvios. Somos tão insignificantes e infinitamente pequenos diante da grandeza e obscuridade do universo. Pudera termos, ao menos em casos tão complexos, um mínimo de onipresença e onipotência que nos consedesse o benefício do conhecimento, para que não ficássemos fazendo suposições e criando hipóteses para explicar o inexplicável, para aceitar o inaceitável. Mas somos apenas humanos vivendo no meio de humanos, tentando entender a mente humana. Falta neste momento, até as palavras, as simples palavras adjetivas, num vocábulário, tão extenso e rico, criando pela mente humana, que possa qualificar tamanha atrossidade. Nestas horas nos defrontamos com nossa triste condição. Sinto a humanidade como peças num tabuleiro sendo manipuladas por jogadores infinitamente superiores a nossa condição. Em que não nós é da dada nem a mera idéia que quem ou o quê seriam. Destino? Deus? Bem e Mal? Não sei dizer, não sei entender, não sei nada, infelizmente não sei nada. A que forças estamos sujeitos? A que categoria estamos reduzidos? Resta-nos apenas a resignação e a tentativa de acomodar no peito tanta revolta, tanta dor e seguir a vida, aqueles que ainda a tem.

E à aqueles, pobres "brasileirinhos que foram retirados tão cedo de suas vidas e de seus futuros", parafraseando a Presidente, só posso como homenagem fúnebre, repetir, como tantos outros, igualmente impotentes Brasileiros, o nome das crianças assassinadas, para quem sabe, assim repetidamente publicados fiquem mais tempo em nossas memórias, para nos lembra de nossa triste codição de humanos:

Karine Lorraine Chagas de Oliveira, de 14 anos
Rafael Pereira da Silva, de 14 anos
Milena dos Santos Nascimento, de 14 anos
Mariana Rocha de Souza, de 12 anos
Larissa dos Santos Atanásio, 13 anos
Bianca Rocha Tavares, de 13 anos
Luiza Paula da Silveira Machado, de 14 anos
Laryssa Silva Martins, 13 anos
Géssica Guedes Pereira, de idade não divulgada
Samira Pires Ribeiro, 13 anos
Ana Carolina Pacheco da Silva, 13 anos
Igor Moraes da Silva, 13 anos